quarta-feira, 14 de setembro de 2011

    A SEMENTINHA

Quando nós plantamos
Aquela sementinha 
Ela se transforma
Numa árvore  grandinha.
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Depois vem as folhas
Que vamos  admirar
E depois vem os frutos
Pra gente experimentar.
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E na primavera temos
Muitas árvores e flores
Que nós admiramos
As suas belas cores.
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Vamos cuidar da natureza
Para nós temos bom ar
Por que sem elas 
Nós não vamos respirar.
   Letícia Lima Santos

domingo, 11 de setembro de 2011

POEMA : DEUS CRIOU TUDO!!!

Ele inventou o mundo
Inventou o céu e o mar
E não deixa o sol e a lua
Nunca parar de brilhar.
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Inventou o verde das matas 
E a semente faz virar
Naquela flor bonita
Que solta cheiro no ar.
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Ele fez o ser humano
Para amar e cuidar
Fez os animais, as plantas
Para nos alimentar
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Foi assim que Deus criou
Vamos muito estudar
E quando crescermos 
Vamos todos trabalhar.
     Letícia Lima Santos

terça-feira, 6 de setembro de 2011

      O MATUTO


Eu  já um cabra taludo
De barba e tudo mais
Frouxo que nem um fole
Tinha medo de muié
Que mais parecia um mané   
Num parece ser verdade
Mais já quase ficando careca
Nunca tinha usado cueca
Nem prumode ir pra cidade
Só adespois que comecei a namorar Benedita
Comprei uns quinze metros de chita
E mandei a véia Lora
Desmanchar tudim em cirolas
Não prumode arrancar tocos
É que o namorado
As vezes precisa andar armado
E a cueca esconde um pouco
Num Domingo demanhãzinha
Bem cedim
Fui à casa da namorada
Lá no meio do caminho
Tive então que  parar
Prumode passar um telegrama
Corri pra detrás de uma moita de rama
Lá perto do matagal
E pra cueca não se sujar
Tive então que pendurar
Numa gaia de pau
Adespois que terminei o serviço
Novamente me vesti
E por não ser acostumado
Da cueca me esqueci
Amontei no meu jegue apressado
E quando cheguei lá
Benedita e sua mãe Expedita
Me mandaram eu entrar
Aí eu entrei
E por desaforo
Me deram um tamborete de couro
Daqueles do assento de couro
Só que o danado tava furado
Homem que só deu tempo eu me sentar
Pros documentos descer
No buraco do danado
Tô eu lá sentado
Na maior tranqüilidade
Sem tá sabendo de nada
Daqui a pouco ouço a véia dizer
Valei meu são Gonçalo
Arrepare o papo do galo
Pendurado na cadeira
A véia chamou a fia e disse
Corre minha fia
Vai conversar com o rapaz
Que prumode ele se entreter
Que eu vou aqui por detrás
Ver o que posso fazer
Benedita veio
Com umas conversas bonitas
Umas prosas
Uns arrodeios
Patrão!
Fio nessa hora que senti um repuxão tão grande
Que fui na lua e vortei
Benedita me alisava
Me acariciava
E a véia puxava
Despois de muito xodó
Chamego e sofrimento
Eu ouço a véia dizer
Aqui no papo deste galo
Eu não tô vendo nadinha
A não ser dois ovinhos de rolinha
Galo comendo ovo não pode ser
Vou Ter que mostrar pro povo
A véia foi na cozinha
Passou a mão numa peixeira
Aí eu tive que dar um pinote
Pulei por cima dum pote
Saí numa carreira tão danada
Que não olhei nem pra trás
Desse dia pra cá
Nunca mais me esqueci
Do diabo da muié
E de uma coisa não esqueço jamais
Pra sentar numa cadeira
Mesmo as calças tando inteiras
Eu passo a mão atrás.
     
                
CORDELZINHO
1-        Este menino é bonitinho
Todo mundo diz que é
Parece um sapo boi
Na boca do jacaré.

2-        Eu não vou na sua casa
Pra você não ir na minha
Você tem a boca grande
E vai comer minha galinha.

3-        Este também é bonitinho
Parece um pinto pelado
Saiu da casca do ovo
Todo fedido e melado.

4-        Esta menina é linda
É o amor da minha vida
Parece até que é
Uma privada entupida.

5-        E os olhos desta daqui
Me assusta de montão
Eles até se parecem
Com duas balas de canhão.

6-        Já esta é muito esperta
Parece um bicho preguiça
Tem nariz de papagaio
E olhos de lagartixa.

7-        E esta aqui que é magrela
Parece até um palito
Se ela fosse menino
Parecia um cabrito.

8-        Esta morena é bonita
Parece uma onça pintada
Tem pernas de saracura
É banguela e desdentada.

9-        Já esta que está aqui
É coisa bela de se ver
Seu rosto é bonitinho
Como bunda de bebê.

10-         Os olhos desta aqui
Atingem o meu coração
Estou até ficando doido
Tô morrendo de paixão.

11-         Sim, porque eu sou muito lindo
Sou um cara bonitão
Pareço até um galã
Artista de televisão
As mulheres só me chamam
Amor de meu coração.
                  Genário Gonçalves

            TRUPZUP

Eu não digo a ninguém que sou valente
Vivo longe dos grupos desordeiros
Sei tratar muito bem meus companheiros
Mas se um dia eu ficar de sangue quente
Chegarei no inferno de repente
Faço o diabo, chefão virar mulher
Mando logo prender o lúcifer
Solto almas de deuses e pagãos
Se o cão coxo cair nas minhas mãos
Só se solta com vida se eu quiser.

Qualquer dia do ano se eu quiser
Pra o céu eu farei uma jornada
E como a lua já está desvirginada
Olha eu posso tomá-la por mulher
Se acaso São Jorge não quiser
Olha eu tomo o cavalo que ele tem
Se a lua quiser me amar também
Dou-lhe um beijo nas tranças do cabelo
Deixo o santo com dor de cotovelo
Sem cavalo, sem lua e sem ninguém.

Sou o bote da cobra caninana
Sou dentada de tigre enraivecido
Sou granada que solta um estampido
Que se escuta por mais de uma semana
Sou picada de abelha italiana
Sou a bala que acerta o meio da testa
Sou incêndio que arrasa uma floresta
Sou a bruta explosão da dinamite
Sou micróbios feroz da meningite
Liquidando com gente que não presta.

Dei um murro nas ventas de um mal poeta
Que a cabeça voou fez piruetas
Passando por todos os planetas
Foi parar no reinado de um profeta
Nisso um santo que viu ficou pateta
A cabeça do cabra estava um facho
Uma alma gritou “ou velho macho”
São Pedro falou “o que é isso”?
Disse um anjo que estava junto a Cristo
É Trupzup zangado lá embaixo.

O lugar onde moro

O planeta onde eu moro
Se não estivesse poluído
Eu faria um desenho
No papel bem colorido.

No país onde eu moro
Tem todo tipo de gente
Tem bonito, tem feio,
Tem triste e contente.

Na cidade onde eu moro
Muitos anos antes
Saíram daqui
Muitos bandeirantes.

O município onde eu moro
É bem pequenininho
Mas eu cuido dele
Com muito carinho.

O bairro onde eu moro
Tem quatro docerias,
Nenhum supermercado
E uma padaria.

A rua onde eu moro
É calma e serena
Onde mora uma mulher
Que se chama Elena.

Na viela onde eu moro
Subo as escadarias
Para poder chegar
Em lojas e docerias.

A casa onde eu moro
Fica no fim da viela
É muito pequenininha
Mas eu gosto muito dela.

       Paula  Caldas 


ESCRAVIDÃO BULIDA


Respinga da escravidão que não termina
Que insiste, que explora, que aumenta e cresce
Maltratando a alma negra que padece
Nos grilhões da escravidão que assassina

Como é maldita a sorte, triste sina
Faz no homem renascer a sua prece
Qual riqueza que a alma empobrece
Retirando o amor da mãe menina

Escravidão que outrora era legal
Retirou do homem o bem maior
Sugou as veias, impôs sangue animal

A abolição que “buliu” no menor
No peito negro a lembrança imortal
Deixe morta a escravidão qu' inda é vital

                                Genário Gonçalves
MEU DEUS
Ta no sol e ta na lua
Nas estrelas que reluzem
No universo, no planeta
Ta no vento e ta na nuvem.

Ta na terra e ta no mar
No canto dos passarinhos
Na chuva que cai no chão
Nas veredas, nos caminhos.

Ta no perfume das rosas
No espinho que fura a gente
Na árvore de tronco grande
Na mais pequena semente.

No sorriso da criança
No latir de um cão amigo
Ta nas horas de alegria
No momento de perigo.

Nas pessoas que tem bens
No mendigo mais aflito
Ta presente no silêncio
No desespero do grito.

Ta na mãe que gera o filho
No leite que lhe amamente
No frio da brisa leve
No calor do sol ardente.
            Genário Gonçalves